segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Please don't stop the music....


Eu costumava dizer que era eclética. Nessas férias descobri que não sou. Pelo menos não em relação à música. Por um certo preconceito tenho que admitir, por desprezar o que eu não conheço bem.

Nesse mês de janeiro dei oficina de férias no Centro de Referência da Juventude (CRJ), oficina de rádio, e, levei quase todas a músicas que tenho no meu pc. MPB, Bossa Nova, Beatles, Elvis, Samba, Trilhas sonoras, gospel, rock, pop e outras nacionais e internacionais. Não toquei quase nada na rádio. Os pedidos dos jovens de lá eram outros. Funk, Rap, pagode, axé, hip hop, sertanejas e claro às vezes algumas das que eu citei antes, mas muito raramente.

No início eu estranhei bastante esses estilos. Isso porque sempre me recusei a ouvi-los. Funk é só putaria. Rap só chora miséria. Axé é coisa de micareteiro. Frases usadas no senso comum e com as quais, lá no fundo, eu concordava. Mas não é bem assim. Conheci letras fantásticas. Nem todas são é claro, algumas continuo afirmando serem desnecessárias, mas tem muita coisa boa que eu deixava passar por intolerância.

Facção Central por exemplo, é um rap com letras fortes, que no início era só barulho pra mim, mas que, quando parei pra prestar atenção nas letras fiquei impressionada com a carga de criticidade de suas músicas.

O engraçado é que eu achava que entendia de música. Que sabia o que era bom. E agora que aprendi um pouco mais, que aprendi a ouvir tantos ritmos que antes não ouvia, eu percebi que não sei absolutamente nada sobre o assunto. Mas pelo menos agora eu não só digo que respeito o gosto musical de cada um. Além de respeitar eu quero ouvir junto, saber mais sobre.

Volto a repetir, tem muito lixo "musical" por aí, se que se pode chamar esses de música, mas muita coisa boa vai pro lixo por generalizarmos. Esse desperdício eu não cometo mais. Minha professora de criação certa vez disse que nenhuma cultura é inútil para um publicitário. Eu vou mais além, nenhuma cultura é inútil pra qualquer ser pensante.

2 comentários:

S. Gobbi disse...

Não sou do tipo eclética. Quando não gosto, falo que não gosto e pronto. Tenho meus motivos. Técnicos, líricos, ou simplesmente por gosto mesmo.

Mas jamais alguém poderá dizer que eu falei que não gosto de algo sem antes ouvir.

Malu Magalhães, por exemplo, nunca ouvi - minto, uma vez, um pequeno trecho, por acidente, é verdade. Não digo que não gosto do som dela, apenas ignoro. A pequena coisa que ouvi deu-me uma única impressão: a pequena cantora - se é que posso chamá-la assim - sofre de uma grave doença no meio musical, falta de talento.

Mas não culpo quem gosta. Sejam felizes com seus Charlie Brown Jr e Legião Urbana, que do lado de cá eu também me delicio com Chico Buarque, Bach e B&S, ultimamente.

beijos, káh

Unknown disse...

Eu confesso que ainda sou preconceituosa com alguns estilos musicais, mas tenho tentado me policiar para escutar antes de dizer alguma coisa! rs

Beeeijos Ká!