terça-feira, 12 de agosto de 2008

Made in China

Na última sexta-feira (08/08/08), os chineses encantaram o mundo com a abertura dos jogos olímpicos 2008. As apresentações mostraram um pouco da história que atravessa milênios do país. Os efeitos visuais eram tão perfeitos, muitas vezes foi difícil acreditar ser uma apresentação ao vivo. Com certeza a China superou as expectativas internacionais, não houve quem não se admirou com as três horas e meia de pura perfeição e precisão que contou com mais de 14.000 figurantes (entre os quais 9.000 do exército). Isso sem falar no show pirotécnico que não poderia deixar a desejar sendo os fogos de artifício uma invenção chinesa. Isso sem falar no estádio olímpico de Pequim, conhecido como "Ninho de Pássaro", uma obra arquitetônica de encher os olhos de qualquer um.

Aliás, eu pergunto, dava pra esperar menos de um país que tem a Muralha da China como cartão postal?

A idéia de que o "made in China" refere-se só a produtos de segunda linha já caiu por terra há muito tempo. Aliás, esse país preza pela qualidade, um bom exemplo é a porcelana chinesa, a mais famosa do mundo, algumas existem a mais de 100 anos. Por isso que, penso eu ter sido esse país a escolha perfeita para sediar os jogos olímpicos para que o mundo enxergue o Oriente com outros olhos, para que a alteridade seja uma realidade, e eu não me excluo desse grupo que precisa respeitar diferenças culturais.



Pode parecer nojento comer intestino de porco, ou gafanhoto, mas a realidade é que muito mais do que serem apenas exóticos, os chineses não gostam de desperdiçar alimento, por isso aproveitam cada parte do animal. Isso pode ser resultado da grande escassez de alimentos que esse povo sofreu na antiguidade em conseqüência das constantes guerras. Além disso, é um tanto quanto irônico pra quem come o Mc Donald's de cada dia, ter nojo da culinária chinesa.

Foram o chineses que inventaram a pólvora, a porcelana, a pipa, o macarrão, o papel e tantas outras coisas que hoje fazem parte do nosso dia-a-dia inclusive o sorvete, dá pra imaginar a vida sem ele?

Bom, não conseguirei listar aqui toda a riqueza dessa cultura, mas quem tiver curiosidade faça uma pesquisa na internet, não será uma perda de tempo com certeza. É claro que você não encontrará somente qualidades positivas para esse país. Ali há muita repressão, não há liberdade de imprensa, é o país que mais aplica penas de morte no mundo, e, apesar da abertura econômica, o regime político é muito fechado. Com certeza não concordo com as muitas coisas que acontecem nesse país, mas também não posso julgá-los, afinal, a liberdade de imprensa existe em nosso país, mas a imprensa aqui quase sempre me causa vergonha, nossa justiça não é justa na grande maioria das vezes e da política nem preciso comentar né? Democracia? Nem o "made in china", nem o "made in brazil", nem o "made in USA", nem qualquer outro é perfeito, ou será, mas logicamente otimismo é sempre bom, e eu acredito que vai melhorar para todos nós, e começa assim: eu reconheço que você é diferente de mim, e aceito você assim. E você?






sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Coringa ou Batman?



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Depois de tanta gente comentando e elogiando o novo filme do Batman eu não resisti e tive que ir ao cinema assistir. Devo confessar que fui com um pé atrás, primeiro pelo Batman nunca ter sido meu super herói favorito, e, segundo pra não criar muitas expectativas diante da empolgação da mídia e dos amigos que já tinham assistido.


Pois bem, assisti, me surpreendi, e algumas vezes me decepcionei. Eu classificaria o filme como bom, cheio de surpresas e agradável de se assistir, por pouco ele não chegou às cinco estrelas. Digo isso porque alguns clichês poderiam ter sido evitados, como a cena em que Bruce Wayne pega uma nova arma do uniforme do Batman na mão e sem querer a dispara. Acho que já vi isso alguma dezenas de vezes... como diria meu amigo Dhanner, clichê de 007. A cena final é deprimente também, não vou comentar muito porque sei que nem todos tiveram a oportunidade de assistir, mas posso adiantar que o texto é pobre e derruba o filme. Ainda bem que é a última, porque depois dela o clima esfria totalmente.


Entretanto em sua maior parte o filme não deixa a desejar, prende a atenção, e toda vez que eu achava que o fim se aproximava acontecia uma reviravolta fugindo de receitas fracassadas e mal amarradas que geralmente são constantes em películas de super-heróis. Vilão arma super plano, super herói impede plano e salva o mundo. Bom exemplo disso, é "Superman - Returns" que não deveria ter saído do papel.

A fotografia e a direção de arte estão excelentes, com destaque para as cena áreas que dão os ares de superprodução ao filme. Gothan City não está tão sombria como nos outros filmes, distinguindo bem, por exemplo, a estética do diretor Christopher Nolan da de Tim Burton que dirigiu, brilhantemente também, os dois Batmans que Michael Keaton encarnou. A maquiagem está impecável também. Nunca vi um coringa tão assustador, isso se perder a graça do personagem.


Claro que todo esse sucesso deve-se em grande parte, ao elenco que personificou maravilhosamente os personagens dos quadrinhos. Michael Caine como o fiel Alfred Pennyworth, não peca em nenhum momento de sua atuação. Aaron Eckhart de quem já sou fã desde de "Obrigado por fumar", arrasou como Harvey Dent, o duas caras. A personagem Rachel Daves não poderia ser melhor personificada, Maggie Gyllenhaal deu a ela grande presença no filme. Morgan Freeman, como Lucius Fox, nem preciso comentar, sempre dá show. E não posso deixar de falar em Heath Ledger que desbancou Jack Nicholson na pele do Coringa. Confesso que mesmo sabendo ser ele um excelente ator, achava que os elogios se deviam mais a ele ter falecido no início do ano do que a sua atuação. Engano meu, Legder merece cada elogio e cada prêmio póstumo que está ganhando, sem dúvida alguma. Ele conseguiu mudar a figura do Coringa que já conhecíamos, e para melhor. Pude ver em seu rosto sinais de sarcasmo, ironia, loucura e medo, tornando o vilão mais humano e não tão inatingível como costumamos ver por aí. Pra mim o nome do filme seria Coringa ao invés de Batman. Não que Christian Bale esteja mal como o herói da história, pelo contrário, achei ele até um Batman simpático, entretanto não mais que isso. Por essas e outras minha torcida esteve voltada para o Coringa do início ao fim.

Pra finalizar indico outra crítica do filme no blog de Sara Gobbi, vale a pena conferir. http://vaivedrai.blogspot.com/2008/08/o-cavaleiro-das-trevas.html

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Corpo e alma

Costumo dizer que se um filme tem uma boa trilha pra mim já valeu a pena assitir, mesmo que o resto não seja lá essas coisas. A trilha sonora de uma película envolve o espectador e torna certas cenas marcantes, muitas vezes as imortaliza.

Dá pra imaginar Casablanca sem a música "As Time Goes By", ou o Mágico de Oz separado de "Over tha rainbow"? A essência desses filmes está em suas trilhas, que nem sempre são músicas com intérpretes. O instrumental fabuloso da famosa cena do juramento de Scarlett O'Hara em E o Vento levou, foi talvez o maior ingrediente para torná-la inesquecível.

A única exceção, com relação a trilha, que eu vi até hoje foi o ganhador do Oscar 2008 Onde os fracos não têm vez. O filme não tem nenhuma música do início ao fim e mesmo assim é digno de aplausos, o que prova que, realmente toda regra tem uma exceção, entretanto duvido muito que esse mérito dos irmãos Coen seja fácil de se repetir, afinal a trilha é a alma de qualquer filme. A alma de Onde os fracos não tem vez está escondida em outro lugar, se algum dia alguém descobrir onde, quem sabe outros consigam essa façanha.

A trilha alimenta o filme e o filme alimenta a trilha. Mas nem sempre essa recíproca é feliz. Alguém ainda consegue ouvir "My Heart will go on" ou o tema de tropa de elite. Algumas eu reconheço, deveriam ficar restritas a seus respectivos filmes. Outras entretanto eu ouço sem parar e não me canso, " O que será" de Chico Buarque, tema de Dona Flor e seus dois maridos por exemplo, ou "Acidentally in love" tema do Shrek, entre milhares de outras que não conseguiria listar aqui mas que fazem tão bem a seus filmes e a mim também.


A trilha de Kill Bill com seus assobios é inconfundível

A música Mrs Robinson é marca registrada do filme "The Graduate"

Para os cinéfilos de plantão o jogo de trilhas do portal Flash pops testará seus conhecimentos. Tente, é mto divertido. http://www2.uol.com.br/flashpops/jogos/flashpops.shtml